Agricultores de Muaná se preparam para fornecer para merenda escolar pela primeira vez

Para os trabalhadores rurais, trata-se de uma alternativa de diversificação de mercado, pela garantia de preço e de compra da produção agrícola

25/11/2021 11h22 - Atualizada em 27/03/2024 03h52
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Emater contribui para o aumento e a diversicação da produção.

Foto: ASCOM EMATER

Os documentos que Maria Helena Batista, 63, da Agrovila Rodagem, está validando agora são um papel que ficará na história do Arquipélago do Marajó. Ela é a primeira mulher no grupo de agricultores familiares que, com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), vem negociando para fornecer produtos para a merenda escolar de Muaná a partir do ano que vem, em uma iniciativa inédita em termos de política pública no município.  

“É um pioneirismo do qual me orgulho, porque não foi fácil chegar até aqui”, conta ela. Viúva há três anos e mãe de cinco filhos adultos, ela planta, além de verduras, também laranja, coco, pupunha, banana, acerola e limão. “Tenho fé em Deus e na Emater de que vai dar certo”, confia.

As oito famílias em questão vivem em duas comunidades: Nossa Senhora de Nazaré, no Porto de Mocajatuba, e Nossa Senhora de Fátima, na Estrada de Pedro Ferreira. As duas comunidades, inclusive, possuem escolas públicas nas quais os filhos e netos dos agricultores estudam. O objetivo da futura chamada da Prefeitura é a absorção de hortaliças agroecológicas e de frango de corte.

De acordo com o chefe do escritório local da Emater em Muaná, o técnico em agropecuária Sidney Ribeiro, a perspectiva do mercado do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) pode representar preços até 20% maiores em relação à comercialização tradicional, nas feiras em torno.

“É uma ótima alternativa de diversificação de mercado, pela garantia de preço e de compra. Fora isso, melhora a qualidade da própria merenda, com alta nutricional e valorização da cultura alimentar”, resume.

 *Texto de Aline Miranda