Assistência técnica e extensão rural incentiva mulheres no Pará

31/03/2022 18h19 - Atualizada em 19/06/2025 16h37
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"A mulher tem aumentado seu espaço no campo e vem se destacando. São muitas as cooperativas que vemos pelo país que são lideradas por mulheres e com grande qualidade. São elas as responsáveis pela segurança alimentar no campo e, muitas vezes, pelo crescimento da propriedade rural. Porque vemos o olhar mais atento com a família e isso faz que os investimentos na propriedade da agricultura familiar sejam maiores quando gerenciados pela mulher”. A afirmação é de Nivaldo Magalhães, presidente da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer).

O encerramento do mês de março, dedicado à reflexão e desenvolvimento de ações pela garantia dos direitos das mulheres, traz também uma reafirmação da atuação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater-PA) na transformação da qualidade de vida das mulheres no estado, não só no meio rural, mas também urbano, por meio de politicas públicas, como crédito rural, comercialização para merenda escolar municipal, entre outras.

O Programa Fomento Rural é uma política pública do Governo Federal em conjunto com os Governos Estaduais que combina duas ações: o acompanhamento social e produtivo e a transferência direta de recursos financeiros não-reembolsáveis às famílias em situação de extrema pobreza nas áreas rurais dos Estados, para investimento em projeto produtivo, no valor de R$ 2.400,00 por família. O programa foi criado pela Lei no 12.512, de 14 de outubro de 2011.

Atualmente, a Emater tem três contratos vigentes do Programa que contempla 6.150 famílias em 65 municípios. De acordo com o Núcleo de Apoio Tecnológico (Nut/Emater) deste quantitativo, 95% de beneficiários são mulheres, que chefiam as famílias.

Mulheres em posições de liderança

Além das assistidas, vale ressaltar que dentro do órgão estadual, as mulheres vem gradativamente ocupando espaços de liderança, tendo sido presidido por duas vezes, por mulheres: as agrônomas Cleide Amorim e Lana Roberta Reis.

Engenheira agrônoma, Nazaré Dergan, de 54 anos, é supervisora regional do Tapajós, que é responsável pelo atendimento de famílias agricultoras em Aveiro, Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso, Placas, Rurópolis, Trairão, e no distrito de Castelo dos Sonhos.

“Já fui chefe do escritório local em Óbidos e supervisora-adjunta. Com isso, já são quase 15 anos em cargos de gestão em diversos níveis”, conta Dergan, que tem especializações em Gestão ambiental e Produção de Biodiesel, além de fazer a graduação em Biologia.

Para a engenheira ambiental Camila Salim, 39 anos, que chefia o escritório local de Belém à frente de uma equipe de 15 servidores, “É um desafio uma mulher, com 14 anos de empresa coordenar um escritório tão importante e conciliar a gestão administrativa, ser técnica de campo e principalmente cultivar as relações interpessoais. Aprendo todos os dias com grandes extensionistas que estão lotados no escritório local, mas com muito carinho e dedicação provo que posso fazer o mesmo trabalho que os extensionistas do sexo masculino”.


Texto: Paula Portilho

Fotos: Divulgação