Celebração do Círio de Nazaré pela Emater valoriza cultura e tradições do interior do Pará

Projeto de plantio de malva fortalece o símbolo da Corda

30/08/2023 16h03 - Atualizada em 14/06/2025 19h19
Por Aline Miranda

Na manhã desta terça-feira (29), a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré percorreu os caminhos da agricultura familiar na perspectiva do atendimento prestado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) a pelo menos 50 mil famílias nos 144 municípios paraenses.
A visita ecumênica da imagem ao escritório central do Órgão, em Marituba, na Região Metropolitana de Belém (RMB), fez parte da programação do 20º Círio Emateriano, iniciada em 6 de agosto, com celebrações em cada setor, e a se   encerrar com uma miniprocissão nas dependências da sede, em 5 de outubro. 

Para a assistente administrativa Graça Pimentel, do Núcleo de Geotecnologia, Diagnóstico e Rastreabilidade (Labgeo), católica, o momento integra a própria atuação da Emater pela diretriz da valorização cultural: “O Círio de Nazaré não é só um significado religioso, mas principalmente cultural do Pará. Existe uma intenção de união, de reconhecimento, de pertencimento”, acredita. 

Corda do Círio


O Círio de Nazaré de 2023 pela primeira vez terá uma corda produzida totalmente no Pará, com participação indireta da agricultura familiar. 

Um dos maiores símbolos da procissão religiosa será doado pela Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), com quem a Emater assinou, ano passado, um termo de cooperação técnica sobre um projeto experimental de incentivo da cadeia produtiva da malva, uma das fibras anunciadas como matéria-prima da Corda. A iniciativa inclui o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A etapa atual é de acompanhamento de 21 famílias atendidas pela Emater em seis comunidades de Castanhal, no nordeste do estado: Barreirão, Boa Vista, Castelo Branco, Nazaré, Nova Esperança e Três de Outubro. Os agricultores recebem insumos e atualização tecnológica para empreender em campos de semente, com compra garantida pela CTC e lucro inicial estimado em cerca de 40%. 

“São unidades para testarmos viabilidade, processos e tentativas. No andamento, a Emater coleta dados e indica soluções. Serão uns cinco anos para considerarmos o projeto estabilizado”, pontua o chefe do escritório local da Emater em Castanhal, o técnico em agropecuária Maximiano José Brito.

Mercado

O agricultor Benedito Cunha, de 61 anos, atendido pela Emater há duas décadas, considera que o Projeto facilita a novidade da malva como atividade em sua propriedade, o Sítio do Bem, na comunidade Barreirão. O plantio diversifica a renda em relação à tradição da família: piscicultura e açaí. 

“Já existiu plantio aqui na região, no passado, mas era sem instrução, só na intuição: ninguém usava espaçamento, adubação. Então estamos muito motivados e interessados, porque estamos com bastante aporte”, conta. 

Texto: Aline Miranda