Crédito rural de mais de R$ 1 milhão pode triplicar produção de açaí em Bagre

Com projetos da Emater e liberação pelo Basa, 42 famílias de 4 comunidades ribeirinhas receberam recursos do Pronaf Floresta para manejo de açaizais nativos

23/07/2020 14h51 - Atualizada em 06/06/2025 21h42
Por Aline Miranda

Por meio de projetos elaborados pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), 42 famílias extrativistas de Bagre, no Marajó, acabaram de receber um total de mais de R$ 1 milhão de crédito rural para investir em manejo de açaizais nativos, com a expectativa de, em três anos, triplicar a produção. 

“Com a injeção de recursos e o acompanhamento rigoroso da Emater, essas famílias usufruirão de um aumento considerável de renda”, argumenta o chefe do escritório local da Emater, o técnico em agropecuária Marinaldo Lobato (mais conhecido como “Mário”). 

De acordo com ele, ainda, considerando-se a dimensão das áreas, será necessário, também, que essas famílias contratem mão-de-obra adicional para ajudar no manejo, “o que movimentará socioeconomicamente as comunidades como um todo”, argumenta.

Os contratos, da linha Floresta do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), foram assinados com o Banco da Amazônia (Basa) entre o fim de junho e o início de julho, em reuniões pontuais, com grupos de no máximo 10 pessoas, em adequação preventiva à covi-19. 

As famílias pertencem a quatro comunidades ribeirinhas: Mendes (rio Panaúba), Nossa Senhora da Conceição (rio Jacundá), Nossa Senhora de Nazaré (Rio Paxí) e Sá Maria (rio Mocajatuba). Cada família já recebeu o valor individual de quase R$ 27 mil e 500, para manejar quatro hectares.

O manejo é uma intervenção de baixo impacto no ecossistema e que consiste no ajuste entre os açaizeiros de várzea na perspectiva de um privilegiamento nutricional, com distância mínima entre as plantas, seleção de espécies florestais e desbastes das touceiras, entre outras medidas.