Curupira de crochê, flor de jambu e chocolate da floresta encantam em Feira da Emater na COP-30

funcionamento é na Agrizone, na sede da Embrapa

19/11/2025 20h16 - Atualizada em 06/12/2025 18h35
Por Aline Miranda

O curupira, mascote da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Emergências Climáticas (COP-30), evento que se realiza em Belém, está se tornando cidadão do mundo pelas mãos de artesãs atendidas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater): produto destacado na feira de agricultura familiar promovida pelo Órgão estadual na Agrizone, na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no bairro do Marco, a versão em crochê já foi adquirida por visitantes da Alemanha, Coréia do Sul e Suíça, entre outros países. 

“É uma saída impressionante. Vendemos quase todos logo de primeira e agora estamos confeccionando sob encomenda. Os estrangeiros ficam deslumbrados, e com razão: dedicamos história, arte e tradição, com a assinatura legítima da Amazônia”, relata a artesã Alessandra Ataíde, de 53 anos, moradora do bairro da Cidade Nova, em Ananindeua, na Região Metropolitana. Pequenos (15 cm) ou grandes (28 cm) e coloridos, com preços que variam entre R$ 60 e R$ 160, os bonecos servem de souvenir, artigo de decoração ou brinquedo. 

Na mesma prateleira e também em crochê, o “açaizito” diverte com um caroço de açaí sorrindo: “Sou atendida pela Emater há cinco anos e posso afirmar, com toda a segurança e gratidão, que a Emater me ajuda a realizar sonhos: transformar inspiração e ideia em arte palpável e participar de muitos eventos, como a COP, com projeção internacional”, diz. 

A agricultora Ana Paula Soares, de 47 anos, igualmente de Ananindeua, mas do bairro de Águas Lindas, calcula que suas vendas na COP têm somado mais de 200% de lucro. Os carros-chefe são flor de jambu em conserva e geléia de jambu: “Com a Emater, fizemos curso de gestão empresarial, marketing digital; aprendi a precificar e a contextualizar meu trabalho. Eu me sinto parte da cadeia do desenvolvimento sustentável, porque o jambu sem agrotóxicos vem da agricultura familiar, reciclo os vidros que muitos clientes retornam, ajudo a fortalecer a cultura alimentar amazônica”, celebra. 

Feira

A Feira da Emater funciona de 10h às 18h, com acesso livre, na instalação “Comida, Tradição e Cultura”. O estande é parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e com a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf). 

São 16 mulheres e um homem de cinco municípios: além de Belém, mais Ananindeua, Augusto Corrêa, Barcarena e Santa Bárbara. 

De acordo com a veterinária Karine Sarraf, supervisora-adjunta do escritório regional das Ilhas, da Emater, os valores praticados apresentam-se até 40% mais baratos, em comparação aos mercados convencionais. 

“São geléias, biojoias, cerâmicas, bombons artesanais. Um universo de produtos especiais, com valor agregado e significado inerente a sistemas agroflorestais, bioeconomia, economia solidária, preservação da natureza e das tradições”, aponta a especialista em Saúde Pública, especialista em Gestão de Agronegócios, com Ênfase em Agricultura Familiar e mestra em Inspeção Sanitária.

Outros oportunidades de consumo sustentável dispostas ali são a famosa “farinha de Bragança”, com certificação e ig (indicador geográfico de origem), e o chocolate gourmet da Transamazônica. 

A marca “Cacau Xingu”, por exemplo, do município de Brasil Novo, oferece barras diferenciadas, com “terroir” (conjunto de características e fatores ambientais e culturais) Floresta Amazônia e Xingu, que decorre em misturas com babaçu, café, castanha-do-pará, cumaru e o inusitado puxuri - semente aromática considerada a noz-moscada da Amazônia. 

“A Emater existe na nossa vida, no nosso empreendimento familiar, há mais de 40 anos. É uma existência compartilhada. Sempre nos deu assistência. Somos a primeira marca da nossa região a obter o Selo Nacional da Agricultura Familiar [Senaf], em 2024, pelo MDA [Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar], e os primeiros, ainda, a conseguir o selo de inspeção de produto vegetal da Adepará [Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará]”, salienta a empreendedora Jiovana Lunelli, de 55 anos.  


Serviço: Feira da Emater na COP-30

              Agrizone - sede da Embrapa (Trav. Enéas Pinheiro s/n, Marco, Belém). 

              Espaço “Comida, Tradição e Cultura”

              Acesso gratuito e livre

              Aceitos cartão de crédito e débito, dinheiro e pix

              10h às 18h

              Até 21 de novembro, sexta-feira