Depois de dois anos sem procissão, Círio da Emater retoma atividades

programação encerra nesta quinta-feira (6)

06/10/2022 12h41 - Atualizada em 19/06/2025 12h10
Por Aline Miranda

Tradição ecumênica entre os mais de mil servidores da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), o Círio próprio do Órgão retoma, neste outubro, a programação de peregrinação, campanha solidária e procissão, depois de uma pausa de dois anos forçada pela pandemia e sob o impacto emocional coletivo quanto às vítimas. Entre 2020 e este ano, por causa da covid-19 centenas de servidores adoeceram e nove servidores perderam a vida. 

“Estamos no primeiro grande momento de confraternização e homenagem, na condução de superação de grandes dificuldades. É sobretudo uma valorização da cultura do Pará e da união de esforços. Aqui, juntos, independentemente de crença religiosa, nós, gestores, servidores, colaboradores e parceiros nunca cessamos de trabalhar por um presente e futuro melhores, trazendo conosco todo o aprendizado do passado”, declara o presidente da Emater, Rosival Possidônio. 


Círio Institucional

  O ponto alto do Círio da Emater é o percurso com corda e berlinda dentro do escritório central, em Marituba, na Região Metropolitana de Belém (RMB), homenagem que decorre na manhã desta quinta-feira (6), com a participação de cerca de 100 pessoas, incluindo convidados. A corda de 60m puxa por 300m uma berlinda com a imagem peregrina da capela da Emater. De veludo de seda verde pura e com bordados em renda francesa dourada, o manto 2022 foi doado pela  advogada Suyane Santos, da Assessoria Jurídica (Ajur), com confecção da mãe e da avó da funcionária. 

  O encerramento se dará com uma missa do padre Hederaldo da Mata, da Paróquia de Menino Deus, de Marituba; um almoço com comidas típicas e mais a entrega para a Casa de Plácido, no Centro Social da organização oficial do Círio, de cerca de 100 quilos de alimentos, arrecadados ao longo do mês. 


Procissão

  Na caminhada, está a espírita Paula Otero, auxiliar administrativa do Núcleo Financeiro (NF), que entende a oportunidade como “confraternização”: “Nossa fé é livre, minha religião não proíbe nada, consagramos a participação, desde que haja fé e amor”, diz. 


  A alguns passos de distância, a assessora de comunicação interina da Emater Shirley Soares entoa os cânticos, preparando-se para, na madrugada deste sábado (8), cumprir uma promessa recente: uma caminhada de 13 km, entre a residência dela, no bairro Guanabara, em Ananindeua, e a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, no bairro Nazaré, na Capital. 

  Em agosto do ano passado, a publicitária e operadora gráfica enfrentou 29 dias de internação e cirurgia, pelo motivo de complicações de diabetes. Ela e a família oraram para que a perna convalescente não fosse perdida ou para que não contraísse sequelas significativas. Hoje recuperada, com uma tatuagem da Santa no dorso do antebraço direito, que data de fevereiro, e já tendo levado à Basílica uma miniatura de perna de cera, ela acredita no alcance de uma graça. “Fortaleci minha convicção. Até o médico se espantou com a velocidade e o grau da minha melhora. Sou grata e retribuirei sempre”, relata, emocionada. 




Texto: Aline Miranda


Fotos: Larissah Pinheiro e Shirley Soares