Trabalhadores rurais de cinco municípios do sul e sudeste paraenses podem receber, até o fim do ano, um crédito especial para aquisição de terras
13/07/2023 07h06 - Atualizada em 18/06/2025 00h48 Por Aline Miranda
Foto: Divulgação/Agricultores de Jacundá que serão beneficiados com as terras
Com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), por meio de um termo de cooperação técnica entre o governo do Pará e o governo federal, 316 agricultores familiares de cinco municípios do sul e sudeste paraenses podem receber, até o fim do ano, um crédito especial para aquisição de terras e cobertura de despesas imobiliárias. As famílias são mapeadas como sem-terra ou com área insuficiente para subsistência, cultivos e moradia.
Os projetos elaborados pelos escritórios locais do Órgão para o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF - Terra Brasil), vinculado à Unidade Técnica Estadual (UTE) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), beneficiam comunidades de Itupiranga, Jacundá, Marabá, Parauapebas e Piçarra a partir de financiamento individual de pouco mais de R$ 184 mil e total estimado em mais de R$ 58 milhões.
Os recursos são do Fundo de Terras e da Reforma Agrária (Banco da Terra), com liberação pelo Banco do Brasil (BB). Os contratos individuais datam de prazo de 25 anos e oferecem carência de três anos, além de subsídios, como desconto-pontualidade, o qual pode atingir 40%.
Oportunidade
Em Jacundá, na região do Lago de Tucuruí, dez famílias da comunidade Areia Branca encontram-se na expectativa de receber o dinheiro no segundo semestre. Com a tranquilidade da terra própria, o foco é plantio e beneficiamento de mandioca.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Agricultores e Agricultoras Familiares (STR) do município, Vera Lucia dos Santos, diz que a oportunidade é de geração de emprego e renda, principalmente para as novas gerações, no sentido de sucessão dos empreendimentos e combate ao êxodo rural: “Com todos os processos típicos da realidade amazônica, muitas famílias já não possuem propriedade de tamanho para os filhos, os netos, e o que acontece é esses jovens desempregados, ou indo pra cidade trabalhar fora da agricultura ou precisando arrendar terra ou ser empregado em propriedades dos outros”, explica.
Foto: Divulgação/Local demarcado das terras em Jacundá que serão repassadas aos agricultores.
Para o chefe do escritório local da Emater em Jacundá, o técnico em agropecuária William Ghisolfi, o trabalho é desde o início: “É a nossa equipe que identifica, cadastra, mobiliza, capacita, presta assistência técnica, elabora os projetos produtivos. As famílias selecionadas são envolvidas no Programa, entendem como funciona e aceitam os termos. A Emater puxa a frente”, descreve, reforçando a junção institucional de esforços com o Sindicato e a Prefeitura.
Parceria
Martha Pina, coordenadora da Unidade Técnica Estadual (UTE), sediada na Sedap, define a Emater como indispensável no processo de implantação do PNCF no Pará ante as diversas categorias de agricultores familiares: “órgão oficial de assistência técnica e extensão rural, dispõe de rede física e principalmente estrutura técnica, o que amplia as possibilidades de acesso ao Programa pelo público-fim. A Emater contribui para promover a comunicação ante as comunidades rurais, capacita, presta serviços”, considera.
A gestora avalia o alcance da interação de saberes e gestão de empreendimento: “Tudo isso atrelado ao financiamento e ao planejamento das atividades repercute em sustentabilidade social, econômica e ambiental”, reflete.
Texto de Aline Miranda