Emater incentiva agricultores de Belém para crédito rural

propostas com o Basa visam principalmente à cadeia produtiva do açaí  

29/05/2025 12h58 - Atualizada em 13/06/2025 06h25
Por Aline Miranda

Com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Belém, capital do Pará, a agricultora Tereza Cristina Moura, de 59 anos, moradora do bairro Água Branca, no Distrito de Outeiro, está considerando a possibilidade de contratar crédito rural para aumentar e melhorar os canteiros e estufas com alface, cheiro-verde, maxixe e quiabo orgânicos no sítio Roçart. 

“A gente fica desconfiada porque neste mundo é muita enganação, muito abuso, então vem uma oportunidade assim, muito boa, de injeção de recursos, dá pra ficar receosa. O crédito me interessa porque eu confio demais na Emater, sei que o trabalho é sério e que a prioridade é mesmo o agricultor familiar. É reconfortante que a Emater nos explique o que é a política pública, nos permita entender melhor”, diz. 

Atendida pela Emater há mais de dez anos, a empreendedora conta que um dos principais desafios da sua trajetória cidadã foi conseguir ser reconhecida como “agricultora” mesmo habitando no meio da cidade: “E esse processo, a documentação, veio toda da Emater: era difícil ter acesso a direitos específicos da agricultura, porque eu não conseguia comprovar a nomenclatura, e a prática na roça é da vida inteira. Hoje tenho caf [cadastro nacional da agricultura familiar], tenho car [cadastro ambiental rural da propriedade], tudo emitido pela Emater”, detalha. O “trabalho de vida inteira” a que ela se refere inclui cultivo de cacau, coco, macaxeira, maniva e sapotilha em uma área de 1 mil e 800 metros. 

Plano

Tereza Cristina Moura é uma entre as 60 famílias de Belém que a Emater vem prospectando para crédito rural imediato das linhas A do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e Acredita, ante o Banco da Amazônia (Basa).


Agora em maio, Emater e Basa realizam reuniões de atualização de sistemáticas e alinhamento de metas.


O plano é, até o fim do ano, efetivar financiamento público sobretudo para projetos de arranjos produtivos com manejo de açaí nativo, plantio de cacau e introdução de essências florestais, como andiroba. Os valores totais previstos ultrapassam os R$ 2 milhões. 



“O objetivo é potencializar e diversificar uma cadeia produtiva que é histórica e tradicional: a produção já existe - nossa colaboração é no sentido de manutenção, expansão, aperfeiçoamento. O acompanhamento do açaí de várzea considera a preservação de matas ciliares e segurança alimentar e nutricional, por exemplo”, explica o chefe do escritório local da Emater em Belém, o engenheiro agrônomo Emerson Penha.