20 famílias da Comunidade Pacoval, um assentamento federal, fornecerão o produto. A iniciativa tem o intermédio da Emater, sob um convênio com o Incra, e Prefeitura.
foto: Divulgação/ Denilson Silva
17/07/2020 13h19 - Atualizada em 14/06/2025 02h33 Por Aline Miranda
Com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), sob a vigência de um termo de cooperação técnica com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), 20 quilombolas de um assentamento federal em Alenquer, no Baixo Amazonas, começarão a fornecer farinha d’água para a merenda escolar da rede municipal a partir do segundo semestre letivo.
Os agricultores pertencem à comunidade Pacoval. Cada família trabalha, em média, sobre um hectare. A expectativa é que o contrato com a Prefeitura, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), represente para eles um faturamento em torno de R$ 400 mil, de compra-e-venda ao longo de 12 meses. A quantidade de produto ainda não foi definida.
Em comparação à dinâmica comum de comercialização, pela qual os agricultores dependem de atravessadores, o lucro com a merenda escolar chegará a atingir 60%, de acordo com estimativas da Emater.
“Foi uma demanda espontânea da própria Comunidade. Ano passado, quatro produtores já tinham participado do Pnae. Hoje se apresenta como uma excelente oportunidade e um canal de valorização e de incentivo ao cultivo da mandioca”, diz o chefe do escritório local da Emater em Alenquer, o técnico em agropecuária Waldomiro Ferreira.
Além do acompanhamento direto e regular dos plantios, a Emater promove capacitações (algumas já realizadas, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar) e emite os espelhos da declaração de aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf (daps) para aprovisionar o Incra.
Além disso, vem prospectando a possibilidade de crédito rural da linha A do Pronaf não só para mandioca, como para pecuária leiteira, no valor individual de até R$ 30 mil.
“Incentivamos a mandioca, que é o carro-chefe. São famílias cuja história de produção se entrelaça com a Emater. Nossa idea é que a pecuária leiteira também se torne uma atividade relevante e em breve possa ser inserida na merenda escolar”, planeja.