Superada a pandemia, Emater retomará a metodologia de Força-Tarefa multi-institucional, realizada de 2 em 2 meses. As próximas Comunidades a ser beneficiadas serão Boa Vista, Itaboca, Patateua e Serraria.
Foto: Newton Rosa
22/06/2020 12h48 - Atualizada em 28/05/2025 10h42 Por
Assim que a pandemia do novo coronavírus for superada, o escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Inhangapi, nordeste do estado, retomará uma dinâmica que há cinco anos vem movimentando e integrando a efetivação de políticas públicas no meio rural, bem como facilitando o diálogo entre governos municipal e estadual e agricultores: uma força-tarefa bimestral, que leva serviços múltiplos diretamente às comunidades.
A força-tarefa em questão é considerada uma “metodologia”, criada por Emater e Prefeitura no âmbito do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e Sustentável (CMDRS). Dela fazem parte não só instituições governamentais, como Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) e Banco da Amazônia (Basa), mas também sindicatos, lideranças e organizações sociais dos próprios agricultores. Em uma data programada, o grupo fica de 8h às 20h em uma comunidade selecionada.
“É um instrumento transformador, porque cria um canal pleno e fluido entre o poder público e o cotidiano e os interesses da agricultura familiar. Condensamos um pacote de serviços, cada instituição com a parte que lhe cabe, e aproveitamos a oportunidade para levantar dados e diagnosticar situações, o que nos embasa e nos norteia em termos de adequação e planejamento”, explica o chefe do escritório local da Emater, o técnico em agropecuária Luiz Augusto Góes.
A responsabilidade da Emater é no sentido de emissão de cadastros ambientais rurais (cars) e declarações de aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf (daps), organização de Dias de Campo e prospecção de projetos de crédito rural, entre outros.
Comunidades
Existem 36 comunidades rurais em Inhangapi. Na atualidade, a Emater atende de forma sistemática cerca de 1 mil e 300 famílias, incluindo assentados em processo de regularização fundiária, quilombolas e ribeirinhos. As principais atividades são plantio de cacau, hortaliças e mandioca e plantio e extrativismo de açaí.
A comunidade a ser contemplada a cada força-tarefa é escolhida via sorteio, realizado com oficialidade em reunião do CMDRS, com a presença das lideranças comunitárias. A ideia é que, em escala progressiva, o mutirão alcance continuamente todas as comunidades.
As comunidades já selecionadas para a retomada são Boa Vista, Itaboca, Patateua e Serraria.
Parceria
A parceria com a Prefeitura, via convênio, tem sido um diferencial para a Emater.
“É muito importante que todos os entes e agentes públicos trabalhem em conjunto, com a mesma visão e na expectativa dos mesmos bons resultados. Hoje, em Inhangapi, usufruímos de sincronia e simbiose. Não largamos ações no ar, nem pensamos de forma avulsa. Funciona bem porque é tudo interligado. É como se o agricultor tivesse acesso a um banco único de dados e serviços”, diz Góes.
Faz uma década, por exemplo, que a Emater, sempre no mês de novembro, apresenta sua atuação naquele ano em uma cerimônia aberta na Câmara Municipal de Vereadores, com a participação livre de agricultores, em uma espécie de prestação de contas, com fins de transparência.
A maior parte dos vereadores é representante das colônias. As sugestões dos parlamentares e dos agricultores são incorporadas, na medida do possível, ao Plano de Assistência Técnica e Extensão Rural (Proater) da Emater do ano seguinte.