Para o primeiro trimestre de 2021, está prevista a entrega de quatro novos escritórios na região nordeste do Estado, que auxiliarão os produtores mais de perto
06/01/2021 18h15 - Atualizada em 16/06/2025 02h22 Por Emater Pará
Mais de R$ 1 milhão em recursos próprios do Governo do Pará foram aplicados em 2020 na revitalização de escritórios da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em várias regiões. No início deste ano, será entregue a nova Unidade Didática de Bragança (UDB), que abrigará o laboratório de solos do órgão, além da agroindústria de leite e de frutas.
Foto: Divulgação
Para o primeiro trimestre de 2021 está prevista a entrega de quatro novos escritórios na região nordeste: Igarapé-Açu, Santo Antônio do Tauá, Marapanim e São Caetano de Odivelas. Nesses últimos, as reformas vão beneficiar diretamente cerca de 400 famílias de agricultores, extrativistas e de comunidades locais, que recebem assistência técnica para melhorar a produção e orientações voltadas à regularização ambiental e ao credenciamento para diversas políticas públicas.
Territórios Sustentáveis – A Emater também adquiriu veículos e equipamentos para reforçar as ações de campo do Programa Territórios Sustentáveis (PTS) nas regiões Araguaia, Xingu e Tapajós. No total, foram 16 veículos, além de 30 notebooks, 20 computadores de mesa e 40 GPS.
Unidade Didática de Bragança - Localizada em uma área de 100 hectares, a UDB será referência para técnicos e produtores locais que atuam diretamente na agricultura familiar. Além de reunir dados meteorológicos coletados desde 1977, a unidade abrigará um laboratório de solos que terá a função de analisar a fertilidade, a determinação de pH e exames de nutrientes, fatores essenciais para a melhoria da produção.
A UDB também ampliará o auxílio ao plantio das culturas locais e regionais, como feijão caupi e mandioca, principais produtos da agricultura familiar na região bragantina, e também de açaí, banana, cupuaçu, milho, citrus e hortaliças.
Políticas Públicas – A partir da orientação de técnicos da Emater, agricultores podem acessar mais de 15 políticas públicas do governo federal, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Por meio do Pnae, por exemplo, estudantes paraenses passaram a consumir um cardápio diferenciado na merenda, preparado a partir de ingredientes naturais e regionais adquiridos da agricultura familiar. Em Soure, no Marajó, ele inclui peixe frito, açaí batido, água de coco, leite de búfala, chouriço artesanal e até maniçoba.
Este ano o contrato, no valor de quase R$ 600 mil, foi assinado pela Associação dos Agricultores dos Campos do Marajó (AAFCAM) e Associação dos Batedores, Produtores, Extrativistas e Peconheiros do Município de Soure-Abepas, ambas presididas por jovens mulheres e atendidas pela Emater. Dependendo do produto, o lucro dos agricultores chega a atingir 70%.
Já em Santarém, na região oeste, crianças indígenas da etnia Borari, de Alter do Chão, vem recebendo desde o mês de outubro kits de merenda escolar com artigos orgânicos, como farinha e pupunha. Crianças quilombolas também estão sendo contempladas.
A nutrição regionalizada dos 5.800 alunos de zero a cinco anos atendidos nos 37 estabelecimentos de creche, pré-escola e nível fundamental da rede pública do município é uma conquista da Associação dos Produtores Orgânicos do Tapajós, com o apoio da Emater. Também em Santarém, o contrato do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) via edital da Prefeitura é o primeiro na história do Pará direcionado exclusivamente à agricultura orgânica.
Crédito rural – Em 2020, agricultores de vários municípios paraenses foram contemplados com mais de 400 projetos de créditos elaborados pela Emater. A expectativa é fechar Em 2020 com mais de R$ 27 milhões em projetos de créditos aprovados.
Crédito Fundiário – Pela primeira vez no Pará, cinco famílias de agricultores familiares do município de São Domingos do Araguaia, na região sudeste, foram contempladas com o Terra Brasil – Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) no estado. Antes do crédito, eles viviam como empregados de outras propriedades rurais ou precisavam arrendar lotes. Agora, terão terra própria para trabalhar e produzir e ainda receberão assistência técnica continuada da Emater por, pelo menos, cinco anos a partir de um projeto do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), no valor de R$ 25 mil para cada.
Uma das contempladas com o crédito fundiário foi Ana Flávia Silva, 43. “É um sonho realizado. Não me vejo trabalhando em outro lugar, eu amo a terra. Trabalhar no campo é como se fosse parte, extensão da gente. Agora, com o crédito fundiário, vou fortalecer minha horticultura. E o apoio da Emater foi fundamental para que eu pudesse realizar este sonho”, conta. A Emater já tem demanda imediata de outros 300 projetos de crédito fundiário para os municípios de Brasil Novo, Dom Eliseu, Conceição do Araguaia, Irituia, Marabá, São Miguel do Guamá e Redenção, Itupiranga, Acará e Marapanim.