Na COP-30, Emater apresenta programa quem preserva natureza

 Nível piloto é executado em sete municípios 

21/11/2025 11h35 - Atualizada em 07/12/2025 02h31
Por Aline Miranda

Ao longo de 2025, pelo menos 200 agricultores do sul e sudeste paraenses já receberam compensação financeira para preservar áreas de floresta dentro de suas propriedades. Os valores podem ultrapassar, no primeiro ano e por hectare, mais de R$ 2 mil. 


 A etapa preparatória para a estruturação do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), tendo à frente a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), prevê, em caráter piloto, mil famílias de Água Azul do Norte, Canaã dos Carajás, Novo Repartimento, Ourilândia do Norte, Parauapebas, São Félix do Xingu e Tucumã. 

São metas do Termo de Execução Descentralizada, celebrado pela Emater com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), no âmbito do projeto Valoriza Territórios Sustentáveis (Valoriza TS).

A atuação dos extensionistas do Governo do Pará envolve desde mobilização das comunidades e dos indivíduos, passando por inscrição oficial nos sistemas e levantamento de hectares elegíveis, até o monitoramento da efetivação de cada projeto. 

COP-30 

Os dados atualizados do PSA com a agricultura familiar no Pará foram apresentados mundialmente, nessa quinta-feira (20), pela Emater, dentro da programação da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Emergências Climáticas (COP-30), em Belém.

O painel “Vivências da Ater [Assistência Técnica e Extensão Rural] da Amazônia para Operacionalização do Pagamento por Serviços Ambientais [PSA]" realizou-se na Agrizone, na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no bairro do Marco. 


Prática 


Em Canaã dos Carajás, este ano 50 agricultores já receberam o pagamento e mais 150 aguardam sua vez iminente. 

“As modalidades são conservação, regeneração e recuperação. São agricultores que mantêm suas áreas de app [preservação permanente] preservadas, mantêm nascentes preservadas, e que desenvolvem atividades em consonância com os recursos naturais, a exemplo de sistemas agroflorestais [safs] consorciados com espécies de madeira de lei ou com culturas anuais”, explica o chefe do escritório local da Emater em Canaã dos Carajás, o engenheiro ambiental Matheus Sousa, especialista em Recomposição de Áreas Degradadas e Alteradas. 


“Eu sempre tive vontade de deixar uma reserva, que tivesse animal, que tivesse macaco, então até hoje temos uma reserva original, uma parte de natureza conservada na propriedade. Hoje a gente sabe que não pode derrubar tudo, que muito do que derrubamos nunca deveria ter sido mexido, e estamos reflorestando esses espaços, inclusive”, conta Aldaci Cândido Ferreira, de 56 anos, atendido pela Emater naquele município e beneficiário do PSA. 


Foto: Fabrício Nunes