Nos 60 anos da Emater, Emater intensifica capacitações em unidade de inovação e pesquisa em Bragança

05/12/2025 09h03 - Atualizada em 06/12/2025 09h34
Por Aline Miranda

Nesta quinta-feira (4),  no Centro de Treinamento Agroecológico, Inovação Tecnológica e Pesquisa Aplicada do Nordeste Paraense (UDB) da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), na zona rural de Bragança, no nordeste paraense, 22 universitários participaram de uma capacitação intensiva sobre casas-de-farinha. 

No conceito, os alunos do quinto semestre do pólo Quatipuru do campus de Capitão-Poço no Rio Capim, do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) foram convidados para uma festa institucional: o momento integra a comemoração dos 60 anos da Emater, comemorados nessa quarta-feira (3), e do Dia Nacional do Extensionista Rural, 6 de dezembro, sábado. 

Dentro da programação da Semana Paraense da Extensão Rural, que a Emater promove em todo o Pará desde segunda-feira (1º) até sábado (6), as  palestras detalharam a legislação vigente, no sentido de registro e operacionalização sob os critérios de produção artesanal e industrial, e soluções sustentáveis de bioenergia para o funcionamento das infraestruturas. 

Um dos destaques da apresentação foi a Teoria da Roça de Lenha.

“A Roça de Lenha é um ‘banco de lenha’ que a Emater está trabalhando com o fim de suprir a necessidade energética das casas-de-farinha de Bragança, porque, para cada tonelada de farinha torrada, consomem-se 2,4 m³ de lenha; então, é muita lenha. Nós nos preocupamos, como Emater, com a conservação do meio ambiente, haja vista a maioria da lenha usada nas casas-de-farinha vir do desmatamento ilegal. A Roça de Lenha, inclusive, também é uma alternativa para a produção de carvão”, explica o engenheiro agrônomo Adriano Fonseca, especialista em Educação do Campo.

O palestrante reforça as medidas de adaptação ecológica, inclusive com a substituição da madeira por matérias-primas como caroço de açaí, casca de coco, folhas e galhos: “Os agricultores fazem a roça de mandioca, no modelo de agricultura itinerante, aquela de corte e queima, e o primeiro resultado de um roçado da mandioca seria essa lenha: eles retiram essa lenha pra torrar a farinha e fazer carvão. A gente recomenda, além, uma maior eficiência do próprio forno: diminuir a boca, fazer chaminé, controlar a temperatura, para que se diminua a necessidade de lenha”, esmiuça. 

Agenda 

A agenda da UDB na Semana Paraense de Extensão Rural iniciou quarta-feira (3), com uma teoria e prática sobre meliponicultura para seis famílias, que devem funcionar como replicadoras em suas comunidades, e encerrará nesta sexta-feira (3), com a entrega, para 40 agricultores, de certificados de um curso realizado este semestre sobre boas práticas de fabricação de polpa de frutas.


Na visão do engenheiro de pesca Leonardo Miranda, da UDB, os 60 anos da Emater merecem a valorização: “É sempre interessante imergir, divulgar e conectar nossas vivências, como extensionistas, às demandas e dinâmicas da sociedade civil como um todo. A ater [assistência técnica e extensão rural] pública é uma ferramenta de difusão tecnológica, desenvolvimento sustentável e preservação da Amazônia”, diz.