o objetivo da parceria com a Prefeitura e a Polícia Civil é facilitar documentação para a zona rural
09/09/2025 11h03 - Atualizada em 27/10/2025 03h44 Por Aline Miranda
Desde segunda-feira (8) e por tempo indeterminado, o escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) no bairro Centro de Maracanã, na região Guamá, está de portas abertas para que moradores da zona rural solicitem a segunda via da carteira da identidade, o chamado “rg” (registro geral), e já recebam no dia seguinte.
A parceria com a Prefeitura e a Polícia Civil (PC) visa a facilitar a atualização de documentos sobretudo de pescadores, muitos deles com endereços os quais alcançam 90 km distantes da sede do município. São caminhos entremeados do rio Maracanã e seus braços e das vicinais das rodovias federais BRs 127, 395 e 430.
De acordo com os especialistas da Emater, a estimativa de atendimento é de cerca de 500 cidadãos até o fim do ano.
Com rg inválido, por questões como foto sem nitidez ou deterioração do papel, os pescadores padecem impedidos de acesso a direitos da categoria, como seguro-defeso. A programação multi-institucional do Governo do Pará também prevê mutirão itinerante in loco nas comunidades, uma vez por mês.
“Para o ‘agricultor familiar’, conceito que, em termos de políticas públicas, inclui o pescador, o envolvimento da Emater é um simplificador enorme, ainda mais na perspectiva de que tudo precisa estar nos conformes na oficialidade, para que a gente intermedeie, por exemplo, projetos de crédito rural. Acabamos poupando essas famílias de múltiplos deslocamentos, o que implica custo e hora perdida. Fora os idosos, as pessoas com mobilidade reduzida no geral, para quem é muito mais sacrificante sair do campo até a cidade”, explica o chefe do escritório local da Emater em Maracanã, o técnico em agropecuária Djavan Ulisses Farias.
A pescadora Cláudia Monteiro, de 53 anos, da vila ribeirinha Aricuru, procurou o serviço nesta terça-feira (9).
“Meu último rg é de 2019, mas eu mudei bastante e não pareço a mesma pessoa da fotografia, o que faz com que banco recuse. Achei ótimo poder vir direto na Emater, que já atende todo mundo da Aricuru pra pesca artesanal, e resolver o problema, porque a gente não precisa ficar pingando de um lugar pra outro pra resolver: faz tudo junto”, conta.
Atendida de forma regular pela Emater, o cotidiano de Monteiro é capturar espécies como arraia e bagre no rio Maracanã, na canoa ou em cima da ponte, com rede ou "rabadela" - um instrumento de linha e anzol.